De Jean-Luc Godard
"Pierrot le fou"
França, Itália, 1965.
imdb
Cinecartaz
Críticas de filmes
Rick´s Cinema
Escrever é triste (MSF)-(1)
Escrever é triste (MSF)-(2)
A janela encantada
DN (Ciclos com João Lopes)
Crónicas do Rochedo
FNAC
A luminária de Leça sentenciou que este é um "filme de época".
ResponderEliminarSem questionar a pertinência da afirmação e sem pretender vislumbrar todo o seu alcance, atrevo-me a partilhar o meu ponto de vista. Eu penso que as questões filosóficas sobre a arte, o amor, as utopias e o sentido da vida, que o filme aborda, mantêm-se actuais e pertinentes. O que mudou foi o modo e o "foco" de as tratar e expor.
Nos anos 60, tinha muito sentido todo aquele palratório inicial, algo diletante aliás, sobre História da arte ( livro de Elié Faure), atropelando as imagens num galope desenfreado, que obrigatoriamente exige a pausa e que se volte atrás para rever (reler/re-ouvir) e meditar. As palavras impondo-se às imagens.
Estávamos numa época muito particular ( O Vietname, mais tarde o Maio de 68, Woodstock...). Poder-se-ia dizer à distância dos dias de hoje, uma coisa óbvia: muita água passou entretanto debaixo das pontes. Muita "moda" passou a "demodé". Os nossos sentidos foram convenientemente "reeducados" para outras realidades.Poder-se-á dizer que o essencial do filme é algo etéreo e reconfigurável como as formas de Velásquez na sua velhice e sobrevive ao fogo fátuo das modas. Mas o "datado" - que é, note-se bem, uma coisa boa para muita gente que viveu a época - é uma sensação iniludível.
A rever sem preconceitos.