domingo, 16 de agosto de 2015

O SOM E A FÚRIA

De William Faulkner
"The Sound and the Fury"
EUA,1929.

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Folha

3 comentários :

  1. 1.
    Li este livro devagar, poucas páginas por noite, continuando com ele no grande intervalo entre páginas lidas e por ler, numa leitura diferente, num processo de assimilação quase biológico. E no fim valeu, muito a pena ter estado muito concentrado nos detalhes, porque este livro não é para passar o tempo, é para parar o tempo.

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  2. 2.
    Quatro perspectivas sobre o declínio de uma família sulista no fim do século XIX e primeiro terço do século XX. A primeira, é a de Benjy, o filho deficiente mental e é a mais difícil de entender, por razões óbvias. Mesmo com a ajuda do itálico para assinalar mudanças de cenas e de tempos da narrativa, a leitura é um desafio. A segunda, a visão de Quentin, o filho suicida, o mais inteligente, por quem a família Compson vendeu parte da propriedade ("O prado de Benjy") para assegurar os seus estudos em Harvard. A terceira é o ponto de vista de Jason, outro irmão, com o seu pragmatismo assente num carácter retorcido de vilão. Por fim numa espécie de síntese, ou epílogo, o narrador olha essencialmente para a comunidade negra, sobretudo a ligada à família Compson.

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  3. 3.
    Faulkner usa e articula com mestria as diferentes linhas narrativas, com a chamada técnica do fluxo de consciência, também usada por Virginia Woolf e James Joyce.
    Caddy a irmã libertina, embora fisicamente pouco presente na narrativa é de certa forma o leitmotiv do romance, de forma mais nítida na visão peculiar de Benjy, que associa erroneamente as chamadas dos "caddies" do campo de golf ao lado da casa,à irmã que ele adora. Para não falar do suicídio de Quentin e do tipo de vida de Jason que se referem forçosamente a Caddy. Por isso ela é considerada, até por Faulkner, a personagem principal deste romance.
    Eu prefiro derivar toda a história da visão peculiar de Benjy, o elo defeituoso desta família em declínio e significativamente, só aceite e compreendido pelas personagens marginais da história: Caddy e os negros da família.

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