quarta-feira, 8 de julho de 2015

A COMÉDIA E A VIDA

De Jean Renoir
Original: La Carrosse D'Or (1952)
IMDB 
 

4 comentários :

  1. 1
    Gostei muito deste filme. Impacto emocional positivo, reminiscências de lembranças felizes das tardes de cinema de antigamente, na taberna da aldeia, frente a uma televisão minúscula a preto e branco ou, viva o luxo, no cinema da vila, a rapaziada e algumas raparigas “tolas” na curiosa nomenclatura da época, em iniciáticos êxtases de todo o género.
    A primeira reflexão tem portanto a ver com os filmes “antigos” que de uma perspectiva “sociológica” muito pessoal, eu remeto ao período antes dos “smartphones” e do “facebook”. O subgrupo dos “velhinhos”, eu dato arbitrariamente ao período da TV a preto e branco. Este devaneio sociológico serve apenas o propósito de tentar perceber em primeiro lugar porque nos interessa e a quem interessará em teoria um filme como “A comédia e a vida”, de Jean Renoir, que deu à luz nos remotos idos de 1952, antes de quase todos nós termos nascido.
    (continua…)

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  2. 2.
    A “malta” deste tempo de “smartphones e do facebook, mas também é justo e acurado acrescentar algumas outras coordenadas importantes - tempos da globalização, da debacle das ideologias, do desemprego jovem e da emigração de pessoal qualificado – está-se a cagar para as referências dos seus egrégios.

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  3. 3.
    Quanto ao filme propriamente dito, Jean Renoir tem nome e aura de grande artista. Nele as discussões sobre o estilo e a substância vêm logo à baila. Mas se Renoir puxa dos galões e nos brinda com uma fotografia e uma “mise-en scène” fabulosas, que encantam a plateia, não se demite de um comentário social apropriado sobre o exercício e meandros do poder. Mas com o olhar distanciado de quem afirmou “A vida é a vida e o palco é o palco”.
    Claro que como alguém disse, as brilhantes interpretações, sobretudo de Anna Magnani, e o luminoso technicolor, se encarregam de desfocar essa inefável entidade chamada “vida real”.

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  4. Magnífico texto.É considerado por Truffaut um dos mais belos filmes jamais feitos.Quem sou eu para entrar em polémicas com o sr dos cadernos mesmo porque ele não poderia replicar de imediato.
    Discordo do caro pilar apenas em questão de pormenor(?).Eu acho que é justamente o desejo de afirmar que a realidade e o teatro não são distintos e não são distintas as suas regras que norteia o realizador.O constante alternar a ação em cenarios identicos assim como as personagens passam de uma para a outra sem que por vezes se perceba qual é qual.bom mesmo era que todos os que puderem vissem o filme e depois disessem de sua justiça.Obrigado.

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