Apontemos o essencial. E não só. Quando nos der na veneta, glorifiquemos o acessório e caguemos no essencial. Registemos apenas o que - por isto ou por aquilo ou simplesmente porque sim (porque não ? ) - é merecedor de nota.
Para nós, é claro, porque para outros, essas coisas que nos interessam, tanto ou pouco - tanto faz - podem valer um chavo ou interessar a ponta de um corno. E nem se ousa contestar a este propósito, o estafado vice-versa.
Apontar porquê e para quê? E porque não simplesmente confiar na capacidade do nosso cortex cerebral ou usufruir desse privilégio que é em muitas circunstâncias o esquecimento ?
Porque não deixar a lipofuscina e todas as outras cinzas biológicas, cumprir o seu silencioso e enigmático programa de obscurecer ou mesmo apagar toda e qualquer pretensão de lucidez ou de conhecimento?
Porque não simplesmente fruir um Renoir, pai e filho, pintura e cinema e senti-los e capturá-los naquele mesmo breve momento em que ali nascem e ali se extinguem ?
É que aquele momento por mais que o tentemos prolongar ou recriar na mente, já passou no momento em que pensamos nele e o que vem depois, por muito que nos pareça o mesmo já é outra coisa, outro momento. Porque a memória boa ou má, mais não é do que um teatro mental, em que fazemos de encenador e de todos os personagens na cena e na contracena, observados por um público que somos nós !
O melhor é ainda recorrer à sabedoria que não vem nos livros, àquelas imagens que armazenamos (sabe-se lá porquê ) nas catacumbas da nossa mente e que quando as repescamos (sabe-se lá porquê) para um consciente todo ele emoldurado de tecnologia e demais infalibilidades modernas, nos despertam um sorriso de orelha a orelha.
Como aquela imagem do Sr. Joaquim, o merceeiro do bairro, com esse axónio extensível e reciclável, tão tipicamente português, o lápis em cima da orelha, com que aponta por vício ou necessidade tudo o que lhe aprouver.
Tentarei não sair das áreas que domino quase na perfeição ou seja:Sexo,Lutas Orientais,Música Erudita e Futebol.Provavelmente não cumprirei sempre com a minha palavra por manifesta falta de hábito.
ResponderEliminarComentarei por um imperativo de consciencia .É dificil ficar indiferente ao génio quando o vemos ou á loucura quando a tememos.Estaremos em presença daquele sob a capa desta ou desta sob o disfarce daquele?Séculos passarão até que esta dúvida desapareça.como diz o filosofo brasileiro quinhentista Reinaldo Moraes:"Tem dia que de noite é foda"